Preso no dia 29 de maio e liberado na terça-feira (3), MC Poze do Rodo é um dos nomes mais populares do funk e do trap no Brasil, com quase 6 milhões de ouvintes mensais no Spotify. O artista é acusado de apologia ao crime e associação com o tráfico de drogas, mas nega todas as acusações.
A seguir, entenda os principais pontos da trajetória musical de Poze e das investigações que o envolvem:
1. O início da carreira e a ascensão no funk
Poze começou a se destacar em 2019 com o hit “Tô Voando Alto”, onde se apresenta como “o Pitbull do funk”. Desde então, emplacou sucessos como “Vida Louca”, “A Cara do Crime (Nós Incomoda)” e “Me Sinto Abençoado”.
2. O estilo musical: trap de cria e funk proibidão
Poze é um dos representantes do “trap de cria”, uma mistura entre trap e funk com letras que refletem a realidade das favelas. Muitas músicas se enquadram no “proibidão”, estilo que surgiu no fim dos anos 1990, no Rio de Janeiro, com forte influência do rap gangsta.
3. O álbum ‘O Sábio’
Em 2022, Poze lançou seu primeiro álbum, “O Sábio”, com participações de artistas como MC Cabelinho, Orochi e Oruam. O disco tem forte teor autobiográfico e, segundo o cantor, retrata sua superação e as lições de vida aprendidas após deixar o crime.
4. A origem e a relação com o crime
Nascido e criado na Favela do Rodo, Poze teve envolvimento com o tráfico na adolescência. Ele afirma que abandonou essa vida para se dedicar à música:
“Já troquei tiro, fui baleado e preso também. Pensei: vou querer ficar nessa vida ou viver uma vida tranquila? Hoje oriento os mais jovens a não entrarem nessa.”
5. Controvérsias e críticas às letras
O funkeiro reconhece que algumas de suas músicas antigas são “erradas”, reflexo do ambiente em que cresceu. Ainda assim, se responsabiliza por orientar crianças a não repetirem essas letras. Ele diz que ostentar o sucesso faz parte de sua trajetória:
“Sempre sonhei com isso. Cada conquista é fruto do meu esforço.”
6. Conflitos com a Polícia e acusações graves
O secretário de Polícia Civil do RJ, Felipe Curi, acusou Poze de usar a música como ferramenta de exaltação ao Comando Vermelho e de promover a narcocultura. Segundo ele, as letras do MC ultrapassam os limites da liberdade artística e fomentam o recrutamento de jovens pelo crime organizado.
7. Letras com críticas sociais e políticas
Além de temas ligados à ostentação e ao crime, Poze também faz críticas à violência do Estado. Em “Talvez”, cita a Chacina do Jacarezinho (2021) e o assassinato de Marielle Franco (2018). Suas músicas muitas vezes abordam a desigualdade social e o cotidiano violento das favelas.